CRÔNICA 55
Encontrei com um amigo caminhando no calçadão. Deu só um “olá”, porque estava fazendo um exercício que exigia velocidade, para ser útil à saúde. Não podia parar e interromper a eficácia da caminhada naquele fim de tarde. Apenas me disse que, como há 15 dias não fazia exercício, tinha que caminhar com rigor para compensar a inatividade.
Ora, o exemplo não é único. Aliás, é bem comum quando se trata de dietas. Os gordinhos, culpados, escolhem um dia para fazerem dieta e se esquecem dos outros seis dias na semana em que não tiveram o menor cuidado com a alimentação. De preferência, escolhem um momento em que estão fazendo a refeição com outras pessoas, para que haja testemunhas de sua “dedicação” à dieta. Mas, como a balança não se ilude com mentiras, o peso continua o mesmo ou até mais elevado.
A segunda-feira é o dia clássico para se iniciar uma dieta nova ou recomeçar um exercício. E neste dia juramos que não haverá interrupções, aconteça o que acontecer. Infelizmente, poucos conseguem manter a palavra. A maioria para, sempre com uma justificativa nobre.
Há os que compram um guarda-roupa esportivo para as aulas na academia ou os exercícios ao ar livre e se sentem atletas de triatlo. Ao final de um mês, verificam que usaram aquelas roupas novas só uma 5 ou 6 vezes e que elas estarão perfeitas por muitos verões.
O cuidado com os exercícios e a alimentação é fundamental para a nossa vida, mas não é só sobre isto que quero falar. Aqui eles aparecem como exemplos, verídicos e cotidianos. O que me importa é a pergunta:”Por que não damos continuidade ao que fazemos?”
Haveria explicações culturais dizendo que o latino (e, se brasileiro, pior ainda) tem dificuldades de disciplina e perseverança? Ou é pura coincidência de que tantos indivíduos tenham a mesma conduta? Ou isto acontece mais em cidades litorâneas, como o Rio, do que em outras metrópoles, como São Paulo?
Especulações, sérias ou simplórias, podem ser feitas, mas nenhuma responde à pergunta. E na falta da resposta, que talvez também seja pessoal, vale lembrar que devemos enfrentar a nossa incapacidade de perseverar, mantendo um hábito saudável, e de não usarmos desculpas para tudo que não fazemos.
Mais exaustiva do que uma aula de ginástica na academia ou uma caminhada no calçadão é a batalha diária com nós mesmos. Os resultados na vida são como os das dietas: só aparecem, se houver determinação e continuidade em nossos atos. Viver não é uma atividade mensal, quinzenal ou semanal. Mas diária.
Katia Sarkis
Encontrei com um amigo caminhando no calçadão. Deu só um “olá”, porque estava fazendo um exercício que exigia velocidade, para ser útil à saúde. Não podia parar e interromper a eficácia da caminhada naquele fim de tarde. Apenas me disse que, como há 15 dias não fazia exercício, tinha que caminhar com rigor para compensar a inatividade.
Ora, o exemplo não é único. Aliás, é bem comum quando se trata de dietas. Os gordinhos, culpados, escolhem um dia para fazerem dieta e se esquecem dos outros seis dias na semana em que não tiveram o menor cuidado com a alimentação. De preferência, escolhem um momento em que estão fazendo a refeição com outras pessoas, para que haja testemunhas de sua “dedicação” à dieta. Mas, como a balança não se ilude com mentiras, o peso continua o mesmo ou até mais elevado.
A segunda-feira é o dia clássico para se iniciar uma dieta nova ou recomeçar um exercício. E neste dia juramos que não haverá interrupções, aconteça o que acontecer. Infelizmente, poucos conseguem manter a palavra. A maioria para, sempre com uma justificativa nobre.
Há os que compram um guarda-roupa esportivo para as aulas na academia ou os exercícios ao ar livre e se sentem atletas de triatlo. Ao final de um mês, verificam que usaram aquelas roupas novas só uma 5 ou 6 vezes e que elas estarão perfeitas por muitos verões.
O cuidado com os exercícios e a alimentação é fundamental para a nossa vida, mas não é só sobre isto que quero falar. Aqui eles aparecem como exemplos, verídicos e cotidianos. O que me importa é a pergunta:”Por que não damos continuidade ao que fazemos?”
Haveria explicações culturais dizendo que o latino (e, se brasileiro, pior ainda) tem dificuldades de disciplina e perseverança? Ou é pura coincidência de que tantos indivíduos tenham a mesma conduta? Ou isto acontece mais em cidades litorâneas, como o Rio, do que em outras metrópoles, como São Paulo?
Especulações, sérias ou simplórias, podem ser feitas, mas nenhuma responde à pergunta. E na falta da resposta, que talvez também seja pessoal, vale lembrar que devemos enfrentar a nossa incapacidade de perseverar, mantendo um hábito saudável, e de não usarmos desculpas para tudo que não fazemos.
Mais exaustiva do que uma aula de ginástica na academia ou uma caminhada no calçadão é a batalha diária com nós mesmos. Os resultados na vida são como os das dietas: só aparecem, se houver determinação e continuidade em nossos atos. Viver não é uma atividade mensal, quinzenal ou semanal. Mas diária.
Katia Sarkis
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