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quinta-feira, 26 de março de 2009

AMOR??? II


CRÔNICA 41


A história anterior me fez lembrar de outra, igualmente verídica. Trata-se também de um casal em um hotel de serra. Depois de uma semana aprazível com sexo, passeios, jantares românticos, piscinas, muito vinho e repouso, veio a conta do hotel. Quando ele a mostra, ela se recusa a pagar a sua parte. Então ele paga sozinho as diárias dos dois. Pegam as malas, entram no carro e voltam para casa. Ela se encontrava ofendida por ele esperar que ela pagasse a metade da conta; ele, decepcionado por ela não ter pago.
Era a primeira viagem do casal que, antes de iniciarem a relação, conversavam muito sobre viagens que ambos tinham feito, constatando facilmente que viajar era uma afinidade entre eles. Os dois, acredito eu, devem ter pensado que juntos fariam inúmeras viagens e que isto seria muito prazeroso.
Mas o que parece lógico nem sempre acontece. Eles não tinham conversado sobre como as viagens anteriores tinham sido feitas, porque nós sempre pensamos que o outro é igual a nós e, portanto, também viaja como nós viajamos.
Resumo da história: depois desta primeira viagem, o casal nunca mais saiu da cidade. Ele preferia não viajar a ter que pagar em dobro; e ela abria mão deste prazer a ter que pagar por a sua metade. Jamais voltaram a falar sobre este assunto. Não sei o que, no íntimo, cada um pensava do outro. Suponho apenas que ambos se sentiam incompreendidos e mal-amados. De qualquer forma, ficaram ainda mais alguns anos juntos.
A separação provavelmente não se deu porque só fizeram uma viagem juntos e, sim, porque tinham valores bem diferentes, como se vê na atitude dos dois diante da conta do hotel. Não foi uma conta que os separou, mas o que antecedeu à conta e à relação.
Se divergiram na questão de amor e de dinheiro, aproximaram-se quanto ao tempo: ambos o desperdiçaram.

Katia Sarkis

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