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terça-feira, 10 de março de 2009

POR QUE NÃO FAZEMOS O QUE DEVE SER FEITO?



CRÔNICA 26


Serei prosaico no início e perguntarei coisas simples. Por que não fazemos diariamente os exercícios que sabemos há muito tempo que nos fazem bem. Mais do que fazer bem, são imprescindíveis. Por que esperamos um problema físico para, agora com a exigência e não mais recomendação médica, iniciarmos a ginástica ou o alongamento ou a yoga? Por que adiamos para a segunda-feira de 2012 o início do regime? Por que não pomos em ordem a papelada do escritório? Por que não damos aquele telefonema que agendamos há três meses?
Ora, quem faz agenda sabe quantas coisas se acumulam em suas páginas, às vezes até mesmo de ano para ano, e muitas jamais serão feitas. E por quê? Se coisas pequenas são adiadas e não feitas, imagine o adiamento e a não realização das grandes coisas. Se o conserto do aparelho que levou seis meses nos atrapalhou, o que dizer da decisão de fazer um curso ou não, de mudar de profissão, de ir para outro bairro, de se separar, de...?
A primeira resposta é que não temos tempo. E muita gente de fato tem pouco tempo para as tarefas diárias e nem sequer anota em uma agenda as coisas que não irá fazer. Mas há também muita gente que usa mal o tempo, que diz não ter tempo, quando tem. Há muita desculpa, até “nobre”, que usamos para justificarmos para nós mesmos e para os outros o fato de fazermos pouco. Ninguém gosta de admitir que é preguiçoso, indolente e incapaz. E por não admitir vai morrer assim e reclamando que não tem tempo.
E quando citamos exemplos de pessoas que, muito mais atribuladas, produzem mais, os preguiçosos sempre buscam invalidar o nosso exemplo, envergonhados da ineficiência e do desleixo com que conduzem as próprias vidas.
Se nós tivéssemos em mente os benefícios da ginástica, do regime, do escritório organizado, da correspondência em dia etc, nós talvez não demorássemos tanto para iniciar as atividades e tarefas que diariamente esperam por nós. Assim como qualquer chuvinha é desculpa para não se ir à academia, um filho é uma excelente desculpa para não se fazer inúmeras coisas. Embora um filho criado em uma família que não adia as coisas, terá tido um exemplo muito mais útil para a sua vida do que aquela companhia da mãe num determinado dia, quando ela deveria ter ido a uma repartição pública resolver um problema de imposto predial.
Não sei se o leitor reparou quantas vezes usei o vergo iniciar hoje. Não foi por acaso. Que tal antes que o dia acabe, iniciar alguma coisa que está a sua espera há algum tempo. Perdoe-me a redundância, mas “iniciar” é sempre um bom começo.

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