contador de visitas

terça-feira, 17 de março de 2009

A SUPERIORIDADE É BRANCA


CRÔNICA 33


Você não deve querer provar nada a ninguém. O seu único referencial deve ser você mesmo. Aja como o atleta que verifica a marca obtida em comparação com a anterior, não com a de outro atleta. Evite a comparação inútil e a possível frustração, pois sempre poderá haver um atleta mais veloz, ao passo que você fará sempre o melhor desempenho de si mesmo.
Normalmente cometemos este equívoco de querer mostrar para o antigo patrão, para os ex ou para os vizinhos que “demos a volta por cima”, e conseguimos um emprego com salário mais alto, um namorado mais carinhoso ou um bairro de mais prestígio. É uma fraqueza humana, e é uma bobagem.
Na avidez de exibir ao outro a “nova felicidade”, agimos de modo primário e o outro logo percebe a nossa verdadeira intenção, que é a satisfação em mostrar que somos felizes e não o fato de sermos. Em outras palavras, a nossa intenção de ostentar uma vitória tem um sentido contrário: mostramos, sim, o quanto ainda estamos presos ao ex-patrão, à ex-mulher, ao ex-amigo... Se não déssemos mais importância a eles, não precisaríamos fazer com que eles soubessem de nossas vidas. Não fingiríamos passar com um carro caro pelas ruas do antigo bairro; não mandaríamos “recado” por amigo comum para o ex-namorado, para que ele soubesse que estamos muito bem com outra pessoa...
A vida não pode ser uma vingança. Aliás toda vingança é um mal-entendido, um desperdício. As nossas realizações devem ser coisas novas e não revides a tristezas antigas. Não se é superior quando se quer ser superior. A superioridade é coisa íntima, não se expõe, não se publica. O contrário é permanecer no ressentimento, na mágoa, no despeito, em suma, na inferioridade.
Quem perde tempo com a destruição do outro não consegue erguer nada de bom para si. E quem perde tempo também exibindo as novas realizações deixa no ar a dúvida de que sejam realizações de fato ou só aparências.
As felicidades frágeis são facilmente descobertas, pois elas se escondem num penteado diferente, num estilo novo de se vestir, numa forma afetada de falar ou num discurso de conteúdo mal fundamentado. A superioridade exige discrição e às vezes até isolamento. Quando há luzes e holofotes é sinal de que ainda não foi desta vez que houve aprendizagem.

katia Sarkis











Um comentário: