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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009



CRÔNICA 15

A PASSIVIDADE DE TODO DIA


É impressionante como somos passivos! Esta frase dita de início incomoda,desagrada. Se você for homem, e com homofobia, vai s indignar mais ainda, pois passivo é um tipo de homossexual,e você é ativo. Como agora, não vamos discutir que os homossexuais são ativos e passivos ao mesmo tempo, voltemos à frase. É impressionante como somos passivos. E o pior é que não vemos e, em não vendo, não admitimos.
Escolha uma situação, pense sobre ela, e logo, logo você encontrará uma atitude passiva. Partamos do exemplo já clássico, a televisão. Sentados confortavelmente nas poltronas, com o aparelho de controle na mão, nada controlamos. Somos, sim, controlados o tempo todo pelas ideias alheias, pelas imagens alheias e, na maioria da vezes, apenas fazemos passar o tempo, como se a vida fosse um fardo que precisasse ser amenizado com horas passivas diante de um televisor.
Dirão para você que há 150 canais à sua escolha, no horário que você escolher, com a sua programação favorita, com os seus atores prediletos etc etc Acontece que de fato você não escolheu nada: apenas pagou o aparelho e paga a assinatura da tv a cabo e a conta de luz. O seu verbo é pagar, e não escolher.
Você está calado há horas, não pensa, não emite uma opinião, não dialoga, você somente assiste a programas que, dependendo da carga ideológica (os filmes e seriados americanos e as novelas brasileiras são os piores), vai operando uma lavagem cerebral, uma verdadeira lobotomia. E os espectadores, idiotizados, vão defender com unhas e dentes as horas desperdiçadas diariamente de forma passiva diante de uma televisão.
Saindo um pouco do exemplo, pergunte-se se suas ideias são suas ou de seu pai ou de sua família ou de seu mestre ou de seu patrão ou de seu guru religioso ou de seu prefeito ou de seu cônjuge ou do anúncio. Sim, você talvez seja, em algum grau, um João vai com os outros ou uma Maria vai com as outras e não sabe. E, é claro, fica irritado de ser chamado assim. Calma, não é minha intenção ofender ninguém. Só proponho que pensemos sobre a passividade que existe em nós e que às vezes é tão grande, que temos preguiça de reconhecê-la e ter que fazer alguma coisa para mudá-la.
Relembre o seu dia hoje com caneta e papel na mão. Examine se não houve alguma situação em que você não agiu, portando-se de modo passivo e aceitando goela adentro o que o mundo impôs. Que tal agir amanhã? Mesmo que seja um pequeno gesto, em uma circunstância despretensiosa, será um excelente exercício. Boa sorte!

Katia Sarkis

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