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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009



DA ARTE DE SE AGRADAR


Seja lá quar for a nossa atividade profissional, sempre nos deparamos com pessoas que pensam de forma diferente ou até mesmo oposta. Isto faz parte da rotina do trabalho. Não podemos esperar uma aceitação unânime, nem devemos nos melindrar quando escutamos críticas ou censuras ao que fazemos, pois nós também somos permanentemente críticos dos outros.
Logo não devemos achar que a opinião contrária seja algo pessoal, dita para nos magoar ou nos aborrecer. Além do mais, nosso ponto de vista nem sempre é o mais certo ou o mais adequado. Precisamos achar que estamos certos e acreditar no que pensamos, mas isto não é garantia de que nosso modo de pensar seja o melhor.
Muitas vezes, aprendemos com os outros e reformulamos nossos pensamentos e crenças sobre vários assuntos, e não só quando dizem respeito ao nosso ofício. Acontece que somos particularmente mais vaidosos, quando se trata de nosso desempenho profissional, já que esta avaliação é uma das que mais pesam em nossa sociedade.
Se o nosso trabalho, por exemplo, tem uma relação direta com o público, como ocorre com artistas e jornalistas, a receptividade e a opinião alheia são imediatas. Os comentários e críticas surgem logo que a música, o texto, a peça e o artigo são postos no “mercado”. Em pouco tempo, sabemos se agradamos ou não, se agradamos a tal classe ou a tal faixa etária etc, o que não se dá com a maioria das profissões. Por isso, dizemos muitas vezes que determinado autor escreve comédias pensando na resposta do público ou que aquele compositor faz músicas fáceis, para ter uma venda maior...
Não importa o motivo que nos leva a querer agradar a alguém ou a público específico, cada um tem suas razões que merecem respeito, embora possamos também discordar de ser o público-alvo a determinar como o trabalho deve ser feito.
Não podemos agradar a todo mundo e há sempre quem discorde de nós, o que é esperado, e não deve ser visto como um mal. O que não podemos é nos desagradar, sob o risco de não nos reconhecermos e de nos dispersarmos. Agradar a si mesmo não deve ser entendido como um ato egocêntrico, mas como autorrespeito. Tanto não devemos assinar os textos com os quais não nos identificamos, como não devemos assinar os dias que não vivemos com a intensidade e a verdade que merecem. A vida deve ser sempre uma obra autoral.

Katia Sarkis








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