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sábado, 7 de fevereiro de 2009


CRÔNICA 3
O TEMPO É AGORA

Você é do tipo que chega sempre atrasado e acha normal? Não? Ainda bem. Mas com certeza você conhece alguém assim: um sujeito que se atrasa para todos os compromissos ou que simplesmente deixa de comparecer, sem avisar antes e sem dar uma justificativa. Atrasa-se ou não vai e basta. Os outros que entendam.
Há profissionais que não têm cuidado com o horário. Os médicos normalmente iniciam suas consultas com atraso de minutos ou de horas, e isso diariamente, sem se sentirem culpados pela falha. Curiosamente, os analistas nunca se atrasam, o que prova que os médicos podem ser pontuais. Mas parece que, além de terem de escrever com letra feia, de forma ilegível, médicos também não precisam obedecer aos horários. Talvez por isso seus clientes sejam chamados de pacientes.
Outros não precisam chegar ou sair em hora determinada, porque trabalham por produção, o que deve ser melhor, mas, é claro, são a minoria. De um modo geral, um pequeno atraso parece simples, no entanto causa problemas em série. Imagine se você ficasse esperando o entregador de jornal para sair por uns 15 minutos, no fim do dia este atraso banal poderia ter desencadeado uma sucessão de atrasos, com mais gravidade do que a mera entrega de um jornal, que não será lido, se você não o receber antes de sair para o trabalho.
Na vida social, há os que se atrasam com frequência e até fazem tipo, reconhecem o problema como questão de estilo e personalidade e riem, achando graça das reclamações de parentes e amigos. Às vezes até pedem desculpas por não terem conseguido chegar mais tarde. Não percebem ou não admitem que se trata de uma falta de respeito para com o outro, e não avaliam as consequências pequenas ou graves deste hábito.
Se um dia, você ouvir que se seu pai, vítima de um infarto, tivesse chegado cinco minutos depois ao hospital, teria morrido, você entenderá a diferença de cinco minutos de atraso. Não quero ser aqui melodramática, mas só lembrar que o mundo não ajusta o relógio pelo seu. É o contrário: você é que precisa respeitar os horários do mundo e dos outros, sob pena de causar muitos danos aos
que vivem com você e, principalmente, a você mesmo, embora sem dúvida não reconheça sua impontualidade ou sua ausência como a causa de tantos problemas.
Quem lida mal com o tempo e tem o fuso horário existencial desencontrado das outras pessoas precisa, com urgência, não de relógios e despertadores, mas de uma bússola. Pois quem está na hora errada certamente está também no lugar errado. E, cuidado, corre o risco de se tornar ainda a pessoa errada.

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